O tratamento Oncológico

Tratar o câncer implica necessariamente em tratamento multidisciplinar. Entenda-se por tratamento multidisciplinar, tratamento que vários profissionais diferentes, habitualmente cirurgião, oncologista clínico e radioterapeuta, tomam parte no tratamento.

Assim, enquanto em algumas situações ao cirurgião cabe apenas realizar a biópsia, em outras, a abordagem cirúrgica é o ponto principal de tratamento. E o mesmo se aplica a outras especialidades. O fato é que vários profissionais, de várias áreas diferentes, vão atuar no caso.

A Biópsia

A biópsia é a parte fundamental no planejamento do tratamento. O único exame capaz de afirmar que um tumor é maligno, é a biópsia. E ao definir isso, informa também outras características do tumor, necessárias de serem conhecidas e importantes para o plano de tratamento. A patologia ainda ajuda com exames chamados de himuno histoquímica, que serve para fornecer características adicionais do tumor.

De posse da biópsia, se for o caso, o cirurgião programa a cirurgia, já solicitando exames complementares, que variam de caso a caso, e remove o tumor como um todo, com o que chamamos de margem de segurança.

O radioterapeuta e o oncologista clínico farão suas avaliações, definindo a necessidade de tratamento complementar, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia ou todos. A natureza da doença, definida pelo patologista, e sua extensão é que definirão a conduta.

Os exames complementares servem para “mapear” a doença, revelando eventuais focos desconhecidos ou assintomáticos da doença. E ajudam a definir o tratamento. Os exames hoje são muitos e podem variar de um simples RX até a sofisticada ressonância nuclear magnética. O local e o tipo de tumor é que definirão estes exames.

 

Tratamento Oncológico

 

A Radioterapia

Tratamento aplicado com aparelhos que emitem radiações controladas e dirigidas a áreas específicas. É muito usada após inúmeros procedimentos cirúrgicos, como forma de destruir células malignas que eventualmente sobraram na área. Os aparelhos modernos minimizam os danos colaterais. Pode ser usado também em alguns casos de dor causado por câncer.

Ao oncologista clínico cabe um tratamento mais longo, normalmente. O tratamento usando hormônios ou bloqueadores de hormônios, pode durar de 3 (três) a 5 (cinco) anos, ou por tempo indeterminado.

A Quimioterapia

Já a quimioterapia, vem atravessando uma verdadeira revolução.

Historicamente, a quimioterapia foi desenvolvida a partir da experiência com os gases tóxicos usados após a 1ª Guerra Mundial. Inicialmente, o desenvolvimento de drogas contra o câncer foi lento, e seus resultados pouco promissores. Este panorama começou a mudar a partir da década de 70, com a introdução de novas drogas e de maior compreensão dos mecanismos do surgimento do câncer.

Com o desenvolvimento de outras áreas da medicina, notadamente a genética e biologia molecular, passamos a compreender a intimidade da doença, de seus mecanismos e de sua história natural, em como se desenvolve no organismo. Ao conhecer melhor o inimigo, mais fácil destruí-lo. Assim, um grande número de novas drogas estão entrando no arsenal do oncologista clínico, e outras tantas estão em fase de desenvolvimento. Estas drogas tentaram interferir no desenvolvimento do tumor, em seus meios de suporte e em sua capacidade de reprodução. Os resultados são interessantes e promissores.

Entretanto, há uma questão não equacionada ou resolvida. Os custos de toda esta tecnologia, que vem crescendo de forma assustadora.

Então, embora exista todo este desenvolvimento do conhecimento humano, a melhor estratégia talvez ainda seja, prevenir do que remediar!

 

Dr. Hugo Schünemann
Oncologista – CRM: 15663

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