Viver Plenamente é: encontrar novas maneiras de ser feliz

“Depois da tempestade, tudo vai se ajeitando”. É assim que Glaucia Barbieri (35) encara o tratamento do Linfoma, doença que acomete as células do sistema linfático – complexo responsável pela defesa do organismo. Ainda que pouco conhecido, estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam que os Linfomas atingem cerca de 12 mil brasileiros anualmente. E é por isso que o mês de setembro é marcado mundialmente pelo Dia de Conscientização ao Linfoma.

Doença de sintomas vagos, o Linfoma possui difícil diagnóstico, pois pode ser confundido com outros problemas de saúde. Glaucia descobriu o câncer através de um caroço no pescoço. “Ele era indolor e ficava em cima da clavícula. Eu não tinha outros sintomas como suor e dores no corpo, apenas umas fisgadas no peito que pensei ser da ansiedade”. Após análises médicas e ecografias a doença foi confirmada.

“Foi muito difícil. Eu tinha preconceito e muito medo de olhar para as pessoas que estavam passando por esse tratamento”, conta Glaucia. Aos poucos a jovem foi rompendo barreiras e com o apoio da família e dos médicos tomou coragem para seguir em frente. “Hoje faz parte do meu dia a dia”.

 

Dia de Conscientização ao Linfoma

 

Uma das médicas que acompanhou o tratamento de Glaucia foi a hematologista Juliana Kratochvil. Ela explica que quando há sintomas no linfoma, conhecidos como sintomas B, eles podem ser apresentados por meio de febre vespertina, sudorese noturna, perda de peso, falta de apetite e coceira. “O paciente, na maioria das vezes, observa abaulamento em locais das ínguas, com endurecimento, mas não são doloridos”, destaca.

Os nódulos do linfoma acometem principalmente a região do abdômen, virilha, pélvis, axilas e pescoço, mas podem surgir em outras partes do corpo. O diagnóstico da doença é feito por meio de biópsia e o tratamento é realizado com medicamentos para destruição de células linfáticas doentes: a quimioterapia. “Em alguns casos é necessário radioterapia para complementar”, explica Juliana, que revela a imunoterapia dirigida como uma alternativa bastante utilizada nos tratamentos.

 

Dia de Conscientização ao Linfoma

 

Classificação e cuidados

O câncer do sistema linfático possui diversas subclassificações, sendo as principais o linfoma de Hodkin e o não Hodgkin (LNH). Ambos acometem qualquer faixa etária e podem ser curáveis quando diagnosticados precocemente. “As pessoas que foram submetidas à exposição com radiação ou outros agentes tóxicos, têm predisposição maior aos tumores”, salienta a hematologista.

Por terem diferentes comportamentos, os subtipos de linfoma exigem diferentes tratamentos. Mas, de maneira geral, não há prevenção específica para o linfoma. Os cuidados básicos com a saúde são essenciais para evitar ou retardar o aparecimento da doença.

 

Convivendo com a doença

Ainda em tratamento, Glaucia conta que conviver com o Linfoma é um desafio grande. Sua maior força vem da filha, do marido, amigos e de toda equipe médica. “Força é a peça-chave para qualquer tratamento. Além disso, tenho me aproximado muito de Deus e tenho visto como a presença Dele torna as coisas mais fáceis”.

Apesar da mudança de rotina e o afastamento do trabalho para dedicar-se aos cuidados da saúde, Glaucia vê a doença como um aprendizado de vida, em que a máxima sobre valorizar as pequenas coisas da vida tornou-se sua realidade. “As mínimas coisas que antes passavam despercebidas hoje dou valor. Todos ao meu redor pegaram a causa como uma corrente e hoje eu encaro tudo como se fosse uma fase”.

 

Texto: Jéssica R. Mallmann
Créditos: Jornal A Hora

Leia também: