O efeito preventivo que o exercício físico exerce no desenvolvimento de vários tipos de câncer já é bem documentado. Porém, pouco é conhecido sobre a utilização do mesmo durante o tratamento destas doenças ou na recuperação dos pacientes no pós-tratamento.
Apesar de o exercício não reduzir diretamente a chance de recorrência de câncer ou retardar o crescimento do próprio tumor, mas é peça chave para controlar fatores desencadeantes, tais como: obesidade, sedentarismo, alterações hormonais e imunológicas.
O câncer e seu tratamento provocam alterações profundas nos aspectos psíquicos e físicos dos pacientes. Mesmo com medicamentos e procedimentos mais modernos, essas alterações, ainda assim, comprometem a qualidade de vida e variam de acordo com a agressividade do tratamento e colocando, às vezes, o indivíduo em condição de extrema passividade e desesperança.
Neste cenário, o exercício físico configura-se como modalidade terapêutica interessante por melhorar capacidades físicas e capacidades correlacionadas fundamentais para auxiliar no enfrentamento desde o diagnóstico até a recuperação.
A literatura disponível destaca os vários benefícios que a atividade física promove para essa população, porém, ainda é necessário uma maior divulgação, desmistificação e conhecimento por parte dos pacientes e profissionais da saúde sobre esta ferramenta.
Durante o curso da doença e tratamento, os pacientes podem vivenciar diversos efeitos colaterais, podendo estes persistirem por meses ou anos. Dentre estes, a fadiga (estado de exaustão prolongada que diminui a capacidade física e mental e que não é aliviada pelo repouso) é, sem dúvida, o mais comum, afetando cerca de 75% dos pacientes logo no primeiro ciclo de quimioterapia.
Ate alguns anos atrás, a fadiga era vista pelos médicos e pacientes como uma consequência natural e não controlável da doença e seu tratamento, influenciando negativamente o andamento da terapia e por ser sintoma limitador de alguns tratamentos. No entanto, pode ser atenuada com a realização de exercícios, os quais evitam a perda de condicionamento físico e, consequentemente, a autoperpetuação da fadiga.
Respeitadas as contraindicações e precauções, o exercício se torna seguro, viável e eficaz para pacientes e sobreviventes, dando a eles suporte para enfrentar o tratamento e acelerando a recuperação e prolongando sua sobrevida com qualidade no pós-tratamento.